Minicurso de Figuras Rítmicas - Parte 4

Por Ramon Domingos
GuitarCoast

Obs: Este é o minicurso gratuito de Figuras Rítmicas do Guitar Coast. Aqui está o acesso aos capítulos anteriores:

Figuras Rítmicas - Parte 1
Figuras Rítmicas - Parte 2
Figuras Rítmicas - Parte 3
Figuras Rítmicas - Parte 4
Figuras Rítmicas - Parte 5

Fala Pessoal!!! Tudo em cima??

Voltamos com o nosso mini curso de guitarra rítmica! Estamos dando bons passos, acredito que seja sempre pertinente ressaltar a importância do estudo rítmico. Quando temos certeza dos caminhos a serem seguidos na música, nosso desempenho em palco e em estúdio melhora, resultando sempre em melhores performances.

Hoje começaremos a trabalhar as subdivisões!!! Subdivisões são figuras que não duram um tempo inteiro, ou seja, precisamos de mais de uma figura para preencher um tempo!

De início iremos trabalhar com três delas: Colcheias, Tercinas e Semicolcheias!


Como vemos acima, nas colcheias trabalhamos com duas notas por tempo, nas tercinas três, e nas semicolcheias quatro.

Logicamente, então cabe à nós “mentalizar” tais figuras na hora de tocar! Sim não é uma tarefa fácil... Exige treino e disciplina, porém há algumas dicas que deixam as coisas mais simples de se entender.

Inicialmente, vamos entender o tempo... Ele é a pulsação da música, o beat, geralmente, marcados em semínima.


Fácil de entender... O tempo vale um, então ele vale uma semínima! Ok!?

Para facilitar o entendimento e a execução dessas figuras, podemos subdividir o tempo e trabalhar a entrada do tempo e seu contratempo.


Chamamos o contratempo de “e” dessa forma as coisas ficam mais visíveis. Uma dica válida, em termos de percepção rítmica, quanto melhor você entender as coisas e melhor souber visualizar as propriedades, melhor será sua execução!

Vamos verticalizar o tempo para que as coisas fiquem mais visíveis!



Dessa forma, podemos entender e assimilar melhor a duração e localização das figuras!

Em termos práticos e técnicos o que devemos fazer é encaixar as figuras dentro de um tempo. Porém, aí que está o segredo... temos que fazer isso o mais preciso possível! E essa tarefa é árdua!

Não podemos obviamente deixar as figuras mal distribuídas. Devemos ser criteriosos nisso e buscar a melhor aproximação possível! Ok... se a colcheia dura meio tempo... você tem que distribuir meio tempo para cada colcheia totalizando um tempo inteiro... e essa divisão deve ser o mais precisa possível... Por que “o mais precisa possível”?? Oras!!! Por que você não é exato... é uma aproximação... e não exatidão... o ser humano não consegue ser 100% preciso!!!

Uma curiosidade caro leitor... você já baixou uma TAB no Guitar Pro e escutou....?? Soa estranho não?? Sim!!! Soa estranho! Aquilo no GP é 100% de precisão... precisão calculada por um computador, nunca seremos tão precisos assim! Ainda bem!! As suas imperfeições dão o swing da coisa!!! Mas tome cuidado para não ser notoriamente impreciso, busque a boa musicalidade!

Para entender bem isso... escute dois guitarristas e os compare... John Petrucci (Dream Theater) e Kirk Hammet (Metallica)

Vejam como o Petrucci é notoriamente mais preciso que o Kirk... Não estou dizendo que um é melhor ou outro pior, apenas que o Petrucci soa bem mais limpo!

Esse é o resultado do estudo de percepção rítmica, tocar mais limpo, claro e seguro!!! Isso é importante para seu desenvolvimento.

Pensando na exatidão e clareza rítmica, elaborei alguns exercícios pensando nitidamente nas funções das figuras.

É importante que você entenda o tempo e o enxergue na vertical, como algo que desce e sobe... basicamente o tempo é isso!

Isso facilita muito na hora de “enxergar” a duração e até mesmo a localização das figuras!

Dessa forma, para treinar as figuras binárias (colcheias e semicolcheias), podemos subdividir o enquadramento das notas de acordo com os tempos e os contratempos.

Para treinar as colcheias, devemos raciocinar uma nota no tempo e outra no contra, dessa forma no total dos tempos temos duas notas por tempo.


No treino de semicolcheia, basta dobrar a quantidade de notas em casa subdivisão, tocaremos duas na entrada do tempo e duas no contra, como no exemplo abaixo:


Nas tercinas, o raciocínio é diferente, pois a tercina se trata de uma quiáltera. Uma quiáltera se define por uma figura que não tem seu tempo distribuído 100% exato, o raciocínio é simples, se você dividir um por três nunca vai dar um valor exato!

Então, dessa forma, podemos trabalhar de forma “aproximada” desconsiderando a subdivisão não exata. A diferença é imperceptível, e dessa forma caímos naquela consideração de inexatidão humana que havíamos conversado anteriormente.

Há possíveis formas de se escrever uma tercina 100% exata, mudando o valor de quantidade do compasso e tudo mais, porém esse é um conceito a ser desenvolvido futuramente!

Para a tercina, verticalizando o tempo teríamos:


Para suprir a divisão ternária acrescentamos mais um “e” indicando a alteração na contagem da subdivisão, dessa forma fica mais fácil de visualizar a distribuição rítmica das tercinas.


De acordo com esse raciocínio, apenas dobrando as figuras, também podemos ter as sextinas!


Beleza!! Agora que já entendemos todo esse conceito vamos para os exercícios.

Trabalharemos com três exercícios, focando bastante no desenvolvimento rítmico e técnico da figura.

1 - Colcheia


Primeiro exercício em colcheias! Aqui, um exercício simples, trabalharemos a digitação tendo um apelo muito forte na figura, tocando cada nota duas vezes, enfatizando suas sonoridades e distribuições rítmicas.

2 - Tercinas


Mesmo conceito do exercício anterior, trabalhamos o cromatismo nas casas 1, 2, 3 e 4 focando a digitação em três toques por nota, valorizando as características rítmicas das figuras.

3 - Semicolcheia


No exercício acima o mesmo princípio, porém agora trabalhando em semicolcheias, quatro notas por tempo, combinadas em quatro toques por corda na intenção de valorizar bem o uso da figura.

Ok, pessoal!! Finalizando esse nosso estudo... Vimos hoje como trabalhar e como executar as subdivisões, também conversamos sobre a importância de se fazer a subdivisão o mais exata possível. Isso caracteriza melhor o que você está tocando e deixa as coisas mais claras e exatas, dessa forma tocamos melhor! Importante estar fazendo sempre os exercícios, e se aperfeiçoando nesse conceito! Bons Treinos!!!

Autor: Ramon Domingos


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